Que nem feijão com arroz




Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?

Doce Ironia


O ácido em minha saliva corrói a minha boca. O baixo pH da minha crítica, da minha revolta. Corrói pouco a pouco, destruindo e desgastando a minha garganta, já fraca do praguejar ignorado pela sociedade alienada, surda. O meu estômago já não atura tanto desgosto.
E em cada gota de absurdo, em cada pedaço de injustiça e hipocrisia que me empurram, a fortes punhos, goela abaixo, minha situação piora. Me sinto traída, envenenada pelo mundo que me abriga. Doce ironia.