Unidos por um gosto, um plano simples. Afeição, posteriormente amizade. Amizade que atravessa quase 5000 km. Amigo, um dos poucos que eu posso dizer que tenho, e que eu não troco por nada. Amigo no qual eu confio para falar desde os acontecimentos mais banais desse cotidiano medíocre, para rir de uma coisa à toa, para ligar quando não tem nada para fazer no colégio, para pedir uma opinião aqui, um conselho ali, para desabafar e contar sobre os problemas mais complicados pelos quais eu passo. Amigo no qual eu confio cegamente, que eu sei que jamais me decepcionaria. Amigo, ou como você disse: escudeiro fiel. A maior patente que eu posso dar à alguém. Meu escudeiro fiel, no qual eu confiaria a mais difícil missão; Meu escudeiro fiel, o da armadura mais brilhante; Meu escudeiro fiel que merece o melhor do mundo; O MEU ESCUDEIRO FIEL pelo qual eu faria o impossível.

1 comentários:

@ marcos disse...

Eu caminho. Ás vezes sozinho, ás vezes acompanhado. São trilhas cuidadosamente abertas nesse campo de gramados altos. Por vezes te vejo seguindo rumos distantes dos meus, mas vejo a ponta da tua cabeça, ao longe, me tranqüilizando, por estares logo ali. Observo tuas escolhas e jamais me oponho a nenhuma delas, mas comemoro quando elas levam o teu caminho de encontro ao meu, mesmo que por segundos.

Minhas mãos ocupam meus bolsos para que tu não tenhas tentação de te deixar levar por elas. Minhas mãos vão te levar por caminhos que tu não vais gostar de percorrer. É que eu me vou por lamaçais, manguezais e, por inúmeras vezes, já me perdi em florestas das mais altas sequóias, de ramos tão frondosos a ponto de fazerem com que os raios de sol desistam de mergulhar no chão. E eu preciso de duas mãos pra escalar todas essas montanhas que se aproximam ao norte.

Desses cumes posso te ver caminhando, por muitas vezes de mãos dadas com outros passantes, nem que seja só pra pedir informação. É tudo tão triste, quando visto daqui de cima... são tantas almas solitárias de mãos cerradas, são tantas pegadas apressadas de gente que não sabe aonde quer chegar, tanto desespero nessa procura cega pelo que não se sabe o que é, mas que tanto se quer, que eu fico pensando se vale a pena voltar.

Talvez tu nunca venhas a entender, mas eu já estou acostumado com a minha condição de incompreendido. É que tu não sabes como é frio o lugar de onde eu venho. É que tu não sabe como dóem esses pontos ainda não-cicatrizados. É que não se passa pela tua cabeça que, toda vez em que abro meus braços, sinto esses pontos hesitando em permanecerem fechados, sinto as costuras esgaçadas, sinto o ar que faz arder minhas entranhas, sinto a dor de afogar denovo naquele mar salgado que por tanto tempo me privou de cravar os pés em terra firme. E hoje eu tenho um medo enorme do mar.

É quase manhã, fraz frio, e não há sol que seja capaz de derreter todo esse gelo antes da noite chegar.

Lucas Silveira

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